quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Primeiro contato

Profº Aitel, Prof.ª Maria Teresa e Prof.º Enildo
X FELIN da UERJ - Mesa Redonda - Tema EJA

No início de Outubro desse ano, eu tive a oportunidade de comparecer ao X Fórum de Lingüística da UERJ. Um dos meus professores apresentou um trabalho nos grupos temáticos e a coordenadora desse grupo era a Profª Maria Teresa Tedesco. Os trabalhos apresentados foram todos excelentes e enriqueceram muito meu pobre conhecimento nesse mundo que estou adentrando agora. Se não me engano foram apresentados 6 trabalhos, e entre eles 3 falavam de EJA. Nesse momento eu tive meu primeiro contato, pois até então, nem sabia o que significava EJA.
Três professores falaram como eles trabalhavam com seus alunos e era nítido o entusiasmo e o carinho dos professores. Uma era professora da baixada Fluminense, outra aposentada do RJ e outro do sertão de Pernambuco.
Bem, com certeza o do sertão de Pernambuco me chamou mais atenção, não só pelo fato de vir de tão longe, mas principalmente por ter sido um aluno da EJA e hoje ter mestrado, doutorado e um livro publicado. Ele falou muito pouco, pois a professora Maria Teresa não queria que ele falasse muito, pois no dia seguinte haveria uma palestra sobre EJA na qual ele faria parte. Então, ele contou de uma forma simples, humilde, com um belo sotaque pernambucano, como ele trabalhava a construção de textos com seus alunos. A partir dali eu me encantei pelo assunto, vi o quanto a EJA era fascinante, principalmente porque o professor muitas vezes troca de lugar com o aluno e se torna um aprendiz. Ouvindo as outras professoras, inclusive a Prof.ª Maria Teresa, pude perceber que ensinar para jovens e adultos seria uma excelente experiência.
No dia seguinte, ocorreu a palestra, e como era de se esperar, as pessoas se encantaram pelo professor do sertão de Pernambuco e suas experiências. E ele ainda finalizou dizendo que ele não fala bonito como os outros professores ali presentes e que provavelmente nunca falará, mas que ele sabe que o primeiro momento de uma discriminação se dá pela fala, pois por mais bem vestido que você esteja, se você não falar corretamente você perde o respeito das pessoas e que se tem algo que ele mais despreza na vida, são pessoas que usam da fala para diminuir outras.
Ele foi aplaudido de pé, mas como na vida nem tudo são flores, havia muitos outros professores de EJA entre o público e ai eu conheci o outro lado da EJA, o lado que nem a profª Maria Tedesco conhecia. Esses eram professores tristes, desesperados, frustrados e desmotivados, ou seja, o oposto dos outros professores, num quadro nem um pouco fascinante, poderia até chamar de um quadro aterrorizante.
Como esse assunto é extenso, esse será o assunto do meu próximo texto “Os dois lados da EJA”, e ai falarei mais a fundo sobre como foi relatado de diferentes pontos de vistas a convivência desses professores com a EJA.

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